Você encara o mundo através de seus olhos verdes, mas ele parece ter perdido a cor. E a cada dia que passa, eu vejo que se sente mais sozinha, sem saber em quem confiar. Todos nós já a decepcionamos. Todos nós já ferimos seu coração, ao menos uma vez. E eu sei que não consegue esquecer. Tão jovem e já carrega o mundo nas costas, dissimulando as suas dores em forma de sorrisos. Sou só eu que noto o desespero por trás deles? Talvez seja, mas provavelmente não. Você anda tão triste que me corta o coração. Perdeu a fé, e ainda é tão pequena.
Mas então, quando eu menos espero, você admite pra mim que não gosta das pessoas que estão ao seu redor. E que tem medo delas. Mas que ainda acredita em mim, e que queria ficar só comigo. Eu, tola e imperfeita, sinto aquele aperto no estômago, sentindo a pressão e a responsabilidade que recai sobre mim se suas palavras forem verdadeiras. Tenho tanto medo de te magoar e de te perder, você está tão frágil e seria tão fácil. Algumas palavras desmedidas e eu poderia lhe partir ao meio. Um julgamento, e não restaria mais nada.
Ah, minha pequena, se você soubesse o quanto eu fico apreensiva quando demonstra essa sua confiança em mim. Gostaria de ser um apoio sólido, mas a verdade é que eu também estou desmoronando. E não sou tão forte quanto deveria ser. Ou tão nobre. Admito que, às vezes, eu canso de enxugar as suas lágrimas. E a minha voz enfraquece quando tenho que lhe dizer que vai ficar tudo bem. E por um momento, eu penso em não dizer nada, segurar a sua mão e assistir a sua dor calada. Mas eu não consigo, eu ainda não consigo.
Continuarei te apoiando, enquanto minhas forças me permitirem, e então, um pouco mais. Posso não ser tão forte assim, mas eu tentarei ser no momento em que precisar de mim. Porque nesse momento, é você que não pode cair. Enquanto isso, continuarei ruindo em silêncio. Você me perdoa por guardar esse segredo de você? Eu prometo que no dia em que você voltar a ver cores no mundo e a sorrir de verdade, eu me levantarei. Pra me fortalecer na sua cura. Você pode ter perdido a fé, mas se me permitir, eu divido a porção que me restou, com você.
As semanas estão ficando cada vez mais cheias, por isso tenho estado em falta com o blog. Mas, na medida do possível e do meu próprio tempo, vou achando um jeito de conciliar as minhas duas vidas: a real e a virtual. Obrigada pelos comentários nos posts passados, vou retribuir assim que eu puder. Beijos. P.S.: Eu preciso admitir, o post de hoje é um desabafo.