5 de fevereiro de 2012

Sobre perder os dias

Os dias me escapam das mãos, achei estar segurando-os firmemente, mas eles são tão escorregadios que fogem por entre meus dedos. Eu não sei para onde eles foram, então passo a viver tendo simplesmente a noção do nada. E de que talvez, eu esteja viva.

Parece aceitável no inicio. Quem sabe, até agradável? Mas o tempo passa, mesmo sem os dias, e eu me sinto cada vez mais perto do nada. É, por mais que não pareça, desesperador. E me deixa tão perdida que as vezes parece que nem mesmo eu posso me achar. As duvidas do inicio cessaram: Não há vida nisso, só sobrevivência.

Canso de assistir ao filme deprimente que protagonizo, em um momento propicio para que eu não morra de tédio. Daí em diante, me concentro mais em mim, em minhas atitudes, e não só em minhas palavras. Ajeito sentimentos e pensamentos aqui e ali, com a certeza de que estou só começando.

Assim, lentamente, os dias vão se moldando sem que eu perceba. A sobrevivência parece tão boa que eu até ousaria chamá-la de vida, se não fosse o medo de perdê-la. É, desse modo, que em um momento qualquer, os dias voltam para as minhas mãos. E quando os noto, eu sorrio, compreendendo que eles nunca fugiram de mim, fui eu quem os deixei cair.

2 comentários:

  1. Oi querida,

    Tudo bem? Excelente o texto! Essa sensação de perder dias é talvez a mais sublime forma de nos encontramos. Talvez, entendendo o cotidiano não do jeito perfeito que sonhamos, mas como talvez um "humano" cheio de falhas, mas seguindo na vida em busca do seu sol.

    Beijos.

    Lu

    ResponderExcluir
  2. Você escreve tão bem...
    Sim, os dias escoem como água corrente. E nossa vida escoe junto, o que é pior. E muitas vezes nós estamos tão atarefados que nem percebemos e quando paramos finalmente para perceber, já se passou muito tempo.
    Bjo, linda. (:

    http://maluquetedotopete.blogspot.com/

    ResponderExcluir

Nada de jogar as suas opiniões pela janela!
Comentários são sempre bem vindos. Se expresse, mas seja respeitoso.

Beijo da garota que não defenestra ideias.